Assistindo a novela, o remake de “Vale Tudo”. Debora Bloch é uma avalanche, carrega o enredo, ofusca mesmo. Até o “puxadinho” do irmão morto que não morreu, a atriz consegue salvar. Mas há algo muito além do talento na trama. Li de um professor e amigo, da linguística e da análise do discurso, que o romance de Cesar e Odete não convence. É uma pena. Não acompanho de perto, mas me recordo que na versão original esse quadro me pegava.
Sobre o figurino: fizeram de tudo...e a novela funciona muito bem nesse ponto. Alguns personagens são um estouro: gravatas, relógios, brincos, colares, cabelos, sapatos, ensemble... são a marca forte dessa versão de “Vale Tudo”. Bem, tudo isso para dizer que hoje no trabalho também tive a oportunidade de travar um debate polêmico com colegas advogados. Falamos sobre vieses e as emoções das pessoas com as quais convivemos (em especial maridos e esposas).
Como advogado especializado em direito do consumidor, não pude deixar de mencionar como as decisões de compra vão muito além da necessidade prática. Um estudo recente comprova algo que já percebemos na prática jurídica: a moda exerce um impacto emocional profundo nas escolhas dos consumidores.
A pesquisa revelou que encontrar a roupa ideal funciona como um verdadeiro combustível emocional, influenciando desde a autoestima até decisões importantes do cotidiano. Quando uma pessoa se sente bem vestida, isso se reflete em sua confiança para enfrentar desafios profissionais, relacionamentos e até mesmo situações jurídicas.
Do ponto de vista legal, essa conexão emocional entre consumidor e produto torna ainda mais importante a proteção dos direitos do consumidor. Empresas do setor de moda têm a responsabilidade de oferecer produtos que correspondam às expectativas criadas, especialmente considerando o impacto psicológico que exercem.
A moda não é apenas sobre aparência, mas sobre como nos sentimos e nos posicionamos no mundo. Por isso, defendemos que os consumidores tenham acesso a informações claras sobre produtos e serviços, garantindo que suas escolhas emocionais sejam também escolhas conscientes e protegidas pela lei...
Posso trocar uma peça que não me serviu mesmo sem defeito?
E se a roupa desbotou ou rasgou logo após a compra?
A loja pode se recusar a trocar a peça por diferença de tamanho?
Veja bem, bem longe de ser um “vale tudo”.
Paulo Henrique > Advogado